Diga-me vossa mercê quanto me dará por cada açoite que eu der. — Se eu fosse te pagar, Sancho — respondeu dom Quixote —, o que a magnitude e a qualidade desse remédio valem, não bastariam o tesouro de Veneza e as minas de Potosi. Calcula o quanto de dinheiro meu levas e estabelece o preço para cada açoite.
Miguel de Cervantes, Dom Quixote de la Mancha
O descobrimento das jazidas de ouro e prata da América, a cruzada de extermínio, escravização e sepultamento das minas da população aborígine, o começo da conquista e o saque das Índias Orientais, a conversão do continente africano em campo de caça dos escravos negros: são todos fatos que assinalam a alvorada da era da produção capitalista. Esses processos ‘idílicos’ representam outros tantos fatores fundamentais no movimento de acumulação originária.
Karl Marx, O Capital
Cheguei à Potosí depois de uma longa jornada desde Salta. Não haveria, afinal, jeito fácil de se chegar a uma cidade nascida a 4000 metros de altitude em meio à Cordilheira dos Andes. Tomei um ônibus em Salta às 5h da manhã com destino a La Quiaca, onde cheguei por volta das 13h. Almocei e me encaminhei ao posto de fronteira com Villazón, Bolívia. Os passantes formavam uma longa fila, tentando se proteger do sol nos poucos espaços de sombra que havia. Villazón e La Quiaca formam uma conurbação de mais de 50 mil habitantes, e, não fosse o típico caos de uma fronteira terrestre sul-americana, não pensaria que mudei de país ao atravessar a ponte sobre o Rio de La Quiaca.
La Quiaca, embora não seja a cidade mais setentrional da Argentina, é popularmente conhecida como um dos extremos do longo país, sintetizado na expressão "De Ushuiaia a La Quiaca", tema de muitas canções argentinas. Ali já estamos no Altiplano central dos Andes, que tão profundamente marca a geografia boliviana, na ecorregião de Puna. Do quechua "região de altura", a Puna é um bioma semiárido de altitudes acima de 3500 metros e pouca oxigenação. A altitude vai aos poucos marcando a transição entre Argentina e Bolívia: dos 1150 metros de Salta, passei por 3000 metros em Humauaca, na província de Jujuy, 3450 em La Quiaca, e, por fim, 4000 metros em Potosí, na Bolívia, das grandes cidades do mundo, a segunda mais alta de todas.
De Villazón à Potosí, em território boliviano, se dá a parte mais dura da viagem. Uma longa estrada de quase 400 km separa a fronteira com a Argentina da antiga capital da prata. Existem ônibus noturnos que realizam esse trajeto, mas preferi pegar uma van com saídas frequentes no centro da cidade. Cerca de meia dúzia de vans ficam enfileiradas à espera de passageiros; quando a lotação é atingida, ela parte. Fomos em seis adultos e uma criança no banco de passageiro, mais um motorista e seu ajudante. O banco era apertado e quase não conseguia mexer as pernas. Entre um pneu furado, paisagens desérticas, curvas, subida na cordilheira e uma criança passando mal, chegamos à noite em Potosí depois de sete horas de trajeto sem paradas. Era ainda janeiro, mas fazia zero grau de temperatura e fomos recebidos por uma forte chuva de granizo, que a cada contato com a lataria da van provocava um som intenso.
Potosí era o centro gravitacional por onde orbitava a economia das colônias da América espanhola. Como tantas cidades que surgiram no encalço da exploração de suas minas de prata, Salta, dada sua posição estratégica no caminho entre Lima e Buenos Aires e conectada à bacia do Rio da Prata por meio do Rio Salado, foi fundada como abastecedora de matéria-prima para a opulenta Potosí. Combinando a riqueza mineral tão própria da região à forte atividade tectônica da Cordilheira dos Andes, a região de Salta oferece uma impressionante rede de montanhas coloridas, cuja paleta de cores vai desde o verde do cobre ao vermelho do ferro, passando por depósitos salinos em tonalidade branca. Não apenas as cores, mas os formatos também impressionam: imensos blocos de rocha com linhas estratigráficas inclinadas mostram que o solo foi erguido e se tornou uma imensa montanha em formato de rampa. Forças compressoras na rocha criaram longas sequências de dobramentos que se propagam pelo horizonte como uma grande sanfona. Em algumas montanhas, diferentes camadas de deposição mineral imprimem na rocha a tipologia de um arco-íris.
Em horas na estrada entre Cafayate e La Quiaca, nossa visão é preenchido por novas montanhas a cada curva. No caminho de ida se tem uma vista, e no de volta outra completamente diferente. As cores das montanhas se apresentam de forma diferente dependendo da posição da luz solar. Ali podemos experimentar a liberdade própria dos espaços sem fim e perceber como somos pequenos diante de toda a força da natureza que criou aquelas montanhas há 65 milhões de anos. A paisagem está à nossa disposição, podemos descer do carro, distanciar-nos do asfalto e andar pelos inúmeros vales e quebradas do caminho.
O império Inca se expandiu do Altiplano para o noroeste da Argentina a partir de 1478. A mais notável memória material desse período está no Museu de Arqueologia de Alta Montanha de Salta. A 6739 metros de altitude, no vulcão Llullaillaco, na fronteira com o Chile, foram encontrados corpos de três crianças incas em estado excepcional de conservação. Acredita-se que as crianças foram sacrificadas em um ritual chamado de capac cocha, sendo colocadas vivas numa câmara após terem consumido substâncias de alteração de consciência como álcool e coca. A baixa pressão atmosférica, temperatura fria, ausência de ação bacteriana e baixa incidência de luz solar preservaram os corpos. Tais condições são sofisticadamente simuladas por câmaras refrigeradas expostas no museu. A mais velha, a Donzela, de quinze anos, morreu dormindo e manteve a serena aparência de uma criança em repouso. Podemos observá-la de perto, ver seus cabelos trançados e a textura de sua pele. Usando um vestido marrom, um cocar de penas e uma manta cobrindo o corpo, ela teria sido uma virgem do Sol, ou seja, mulheres escolhidas para serem esposas de membros da elite - algumas eram sacrificadas nos rituais. Outras duas crianças tiveram seus crânios danificados e podem ser observadas de longe: La Niña Del Rayo, de seis anos, cujo rosto foi atingido por um raio e El Niño, de sete, que apresenta marcas de morte violenta no corpo. Junto aos três corpos, foram encontrados 46 objetos que representavam figuras humanas e animais em miniatura, utensílios e alimentos.
Os metais preciosos também faziam parte dos rituais de adoração dos Incas. Em uma cultura que atingiu tamanho grau de desenvolvimento sem moeda corrente e sem mercados, a prata e o ouro não deixavam os limites do império e serviam apenas para adorar os deuses. A lenda diz que a montanha de prata - o Cerro Rico de Potosí - foi descoberta casualmente por um inca chamado Huallpa, que ali se perdeu ao perseguir uma lhama foragida de seu rebanho. Ao acender uma fogueira, ficou estupefato com a quantidade de pedra branca que brilhava. No dia seguinte, o chão estava repleto de fios de prata fundida pelo calor da fogueira. Uma outra versão, possivelmente modificada pelos cronistas espanhóis para justificar a conquista, dizia que a jazida já era conhecida por um antigo rei inca, que, contudo, ao tentar explorá-la, ficou assustado com uma forte explosão e fugiu - o nome Potosí deriva de P'utuqsi, "explosão". O som que emanou das profundezas da mina dizia que aquela riqueza era destinada aos que viriam de longe.
Anos antes da conquista espanhola de Potosí, em 1545, o náufrago português Aleixo Garcia teria chegado lá. Uma enorme rede de estradas indígenas chamada de caminho de Peabiru ligava o litoral de Santa Catarina à Serra de Prata - possivelmente uma evocação ao Cerro Rico. Tendo convivido por anos entre indígenas Guarani do litoral brasileiro, Aleixo Garcia tomou conhecimento da montanha de prata e do poderoso rei Inca, aquele que vivia em altas montanhas brancas de gelo eterno. Ele partiu em 1524 e foi um dos primeiros europeus a explorar o Rio da Prata. O explorador chegou a Potosí, saqueou enormes quantidades de ouro e prata, mas morreu no Paraguai quando retornava com o exército que formou para a expedição. Dois anos mais tarde, um outro navegador, Sebastião Caboto, viu indígenas que provavelmente participaram da expedição de Aleixo Garcia portando objetos de prata e nomeou o que viria a se tornar o Rio da Prata e a Argentina, do latim argentum, isto é, prata.
Quando se viaja pela América do Sul, existe, assim, um forte simbolismo ao se chegar a Potosí. A quantidade de prata extraída de suas minas era tamanha que diziam, conforme um dito popular, ser possível construir uma ponte de prata das minas até a porta do palácio real em Madrid, do outro lado do oceano. Em 1573, 28 anos após a descoberta das reservas de prata pelos espanhóis, um censo mostrava que Potosí tinha população igual ou maior do que Londres, Sevilha, Madri, Roma e Paris. Em 1650, um novo censo mostrava uma população de 160 mil habitantes e confirmava Potosí como a cidade mais rica do mundo. Nessa época, as reservas se esgotaram e a cidade entrou em um declínio do qual jamais logrou se recuperar. A existência de Potosí é uma acusação: suas minas viabilizaram todo o desenvolvimento europeu dos séculos seguintes, iniciando uma nova etapa da evolução econômica mundial. Entre 1503 e 1660, desembarcaram no porto de Sevilha 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata. Foi tanta prata despejada no mercado, que as moedas cunhadas em Potosí, como me disseram na Casa Nacional de la Moneda, teriam inspirado o tão conhecido e universal símbolo do dólar ($). A saber: as moedas eram identificadas com um símbolo formado a partir da sobreposição das letras P, T, S e I, alusivas ao nome da cidade, sendo, posteriormente, abreviadas apenas para as letras S e I.
À semelhança das pirâmides construídas como mausoléus para os Faraós, a força do Cerro Rico é incontestável em Potosí. Mesmo com drásticas intervenções mineiras ao longo de quatro séculos, sua grande dimensão, altura, forma esbelta e diferentes tonalidades de vermelho tornam sua vista impressionante e assombrosa. O Cerro Rico era o mar para onde todos os rios corriam. O belo centro histórico de Potosí, erguido com a riqueza da prata, é um adorno à paisagem que tem no cerro o seu ator principal. As estreitas e íngremes ruas, por um lado ou outro, sempre nos conduzem aos 5000 metros da colossal montanha de prata.
Ao ver o Cerro Rico, fiz o que se deve fazer ao se ver uma colina: subir, admirar a vista e descer. De perto, a opulência se transforma em caos. Peguei um táxi no centro que me deixou na sede da cooperativa mineira local. Dali saem excursões turísticas ao interior da maior mina. No caminho, passa-se por um informal mercado mineiro, onde se vende toda sorte de equipamentos para os trabalhadores, como pá, picareta, explosivos, além de folhas de coca e álcool potável com graduação de quase 100% para beber. Ao ar já rarefeito, soma-se a poeira das escavações; falta ar para preencher os pulmões. Eu preferi não entrar nas minas, mas não é necessário ir tão a fundo para ver como é hostil a condição de trabalho de milhares de bolivianos que se ocupam com a mineração. Ainda hoje o cerro é violentamente explorado e a mineração é a principal atividade econômica local. Direta ou indiretamente, toda a economia da cidade depende da mineração. Não há mais prata, apenas em quantidades residuais. O principal minério extraído é o estanho, além de zinco e chumbo.
Em um lugar mais alto da montanha, havia uma capela, e decidi caminhar até ela. Há famílias vivendo em barracões, e alguns caminhos marcados com pedras indicam as rotas que ligam o alto do cerro à cidade, por onde os moradores passam para realizar as suas atividades. É necessário caminhar com cuidado. Diversos túneis foram abertos e é realmente perigoso cair em um deles. Alguns desses túneis chegam a ser usados pela população para tarefas domésticas e necessidades básicas. Inevitavelmente muito lixo se acumula por ali. Além disso, cachorros se multiplicam livremente na montanha, vivem em enormes matilhas e não são muito amigáveis ao visitante de fora. Do alto da capela, a visão que se tem é de pobreza, tanto das pessoas vivendo ao redor das minas, como da cidade de Potosí, outrora a que nutriu a riqueza dos países mais ricos, hoje favelizada nas regiões fora do preservado centro histórico. A vista de cima da cidade remete à imagem de um formigueiro, onde galerias são abertas em direção às montanhas e não é possível precisar onde elas terminam.
Na cooperativa fui recebido por um mineiro de aparência relativamente envelhecida e que caminhava com dificuldade. Ele me levou à entrada de um dos túneis e contou um pouco sobre como é trabalhar ali. Trabalhadores com a roupa toda enlameada e semblante cansado saíam de um dos túneis, alguns empurrando um carrinho cheio de minério sobre trilhos. A luz solar atinge apenas os primeiros metros da entrada, logo se está sob o breu total. Expostos por muitos anos à gases tóxicos dentro das minas, os trabalhadores desenvolvem, dentre outras doenças respiratórias, a silicose. Além disso, ficam expostos a temperaturas brutais, que vão dos graus negativos no topo da montanha aos 50ºC no interior das minas. A vida costuma ser breve ali, a expectativa é de 40 anos.
Quando os indígenas tomaram conhecimento do inferno bíblico, logo fizeram a associação com as condições da "montanha que engole os homens". Passaram, assim, a cultuar o diabo como protetor das terras quentes e profundas. Uma figura do diabo, chamada de El Tio, é colocada na entrada de cada mina para proteção contra acidentes. Ao diabo são oferecidas folhas de coca e álcool puro, únicos alimentos consumidos no interior da montanha, além de serpentina e feto de lhama. Duas vezes por ano, uma lhama é sacrificada como oferenda: uma nos festejos de Espírito Santo e outra durante o Carnaval Mineiro, quando os trabalhadores se reúnem no Cerro Rico e descem até o mercado mineiro dançando, misturando tradições pré-colombianas com o catolicismo.
Estima-se que 8 milhões de indígenas morreram nos três primeiros séculos de exploração da prata com trabalho forçado - um manifesto holocausto. O auge da produção de prata se deu após o desenvolvimento da técnica de amálgama de mercúrio, viabilizado pela descoberta de ricas jazidas de mercúrio no Peru. Trabalhar com mercúrio, um metal altamente tóxico, era uma sentença de morte. O aumento da produtividade foi impulsionado pela introdução do sistema de mita, trabalho assalariado forçado ao qual os indígenas, principalmente, eram submetidos. Nesse sistema, diferentemente da escravidão, o trabalhador era considerado livre, mas era forçado a morar em lugares específicos próximo ao local de trabalho, pelo tempo que durasse o seu "turno", tradução da palavra quechua mit'a. Tais turnos podiam ser longos, de seis a sete anos. A mita já existia na sociedade Inca, onde, sem economia de moeda, o trabalho funcionava como um imposto, revertido em obras de melhoria pública, como construção de pontes, templos e estradas. Os espanhóis se apropriaram disso para, na prática, escravizar os índios, manter a ordem social e drenar a riqueza da América para a Europa.
A indústria de minas da Bolívia é divida entre os setores estatal, privado e as cooperativas. Hoje a enorme maioria dos trabalhadores das minas está organizada em cooperativas, muito intensivas em mão de obra, mas, de modo contraditório, não muito representantes no total da produção mineral do país. Os trabalhadores cooperados correspondem a uma das mais unidas, fortes e organizadas forças sociais na Bolívia. Uma cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se reuniram voluntariamente para satisfazer suas necessidades econômicas, sociais e culturais por meio de uma empresa de propriedade e gestão conjunta. Elas surgiram da necessidade de se ocupar o enorme excedente de força de trabalho que se forma a partir das flutuações do preço do estanho no mercado internacional. Quando o preço do minério está baixo, muitos trabalhadores deixam as minas, todavia, sem muito poder de escolha, retornam quando o preço torna a subir. Muitas vezes, a cooperativa é a única forma legal de se conseguir um emprego, já que as empresas estatais ou privadas não são capazes de absorver essa mão de obra nos momentos de alta do mercado. Os trabalhadores, assim, se organizam e lutam pelo direito de poder explorar os recursos minerais do país de forma autônoma e auto-gerida.
Desde a descoberta do Cerro Rico, a Bolívia sustenta a imagem de um país mineiro, que deve perdurar ainda por muito tempo. A despeito de sua impressionante história, Potosí, turisticamente, hoje serve mais como uma escala para quem se dirige ao Salar de Uyuni, o maior e mais incrível dos muitos desertos de sal dessa região do Altiplano. Além das incríveis paisagens, ali está 50% das reservas mundiais de lítio, material essencial para a transição energética, presente em baterias recarregáveis de carros elétricos, celulares e computadores por exemplo. Chile e Argentina, juntos, correspondem a 25% das reservas. Dado o flagelo que a mineração legou para a sociedade boliviana, e com todo o histórico de organização dos trabalhadores das minas, a Constituição aprovada após a posse de Evo Morales garante às comunidades locais a decisão sobre o uso de seus recursos naturais. Por esse motivo, a nova prata do século XXI ainda não é explorada em larga escala. Empresas estrangeiras desistiram de conseguir contratos com o governo boliviano, ao passo que a população local ainda mantem a tradição de extrair e comercializar sal em caravanas de lhamas pelas montanhas. Que essas ricas reservas sirvam para acabar com a pobreza endêmica da Bolívia e, sobretudo, do departamento de Potosí, o mais pobre da nação. Quando passei pelas Salinas Grandes, na região de Salta, as comunidades locais, padecendo dos mesmos males dos bolivianos, se faziam ouvidas contra as empresas de lítio por meio de uma série de placas de protesto contra as mineradoras.
Essa jornada termina em Sucre, que também teve sua ascensão e decadência relacionadas às reservas de prata de Potosí. Fundada como Ciudad de la Plata, foi um importante centro cultural, judicial e religioso, depois transformada em capital da República da Bolívia. Sucre fica próxima a Potosí, sendo possível ir de uma cidade à outra em uma viagem de 3h de ônibus. Assim como sua vizinha, ostenta um belo centro histórico cujas construções são todas pintadas de branco. Para digerir a triste história social das minas de Potosí, encerrei essa viagem com o deleite da belíssima história natural da América do Sul no Parque Cretáceo, onde fica o maior acervo de pegadas de dinossauros do mundo. O movimento das placas tectônicas da região transformou o piso por onde os dinossauros passavam em um enorme paredão que protegeu as pegadas das intempéries do tempo. O espaço é dividido com uma empresa de cimento. Em dois horários, às 12h e às 13h, durante o intervalo de almoço dos operários, é possível chegar aos pés dos paredões com as pegadas. Um pequeno museu conta, dentre outras histórias, a do mar interior que tinha na América do Sul, que conectava o Caribe, o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico. Quando a Cordilheira dos Andes começou a ser formada, o mar foi isolado do continente, deixando lagos salinos, os desertos de sal e a bacia do Rio da Prata pelo caminho.