Em tempos de Copa do Mundo, andei lendo, inclusive, que futebol não é nacionalismo. Como não? Para mim, torcer para um time faz parte do pacote de valores culturais que assimilamos ao nascermos. A composição de nossa identidade também envolve a instituição do esporte - e em relação ao esporte, nenhum outro supera o futebol como símbolo de unidade nacional. Em um processo tão natural quanto nascer, passamos a pertencer a uma entidade maior, identificamos aliados e rivais, nos unimos nas adversidades, vibramos na vitória e sofremos na derrota.
Sou carioca de Laranjeiras e torço pelo Fluminense. Nunca consegui diferir bairrismo de clubismo. Na minha cabeça, todos que nascem em Laranjeiras deveriam ser tricolores. Não me lembro como comecei a torcer pelo clube, foi um processo muito espontâneo. Segundo Nelson Rodrigues, o Fluminense escolhe os melhores dentre os seres humanos. Quem sabe? Quando me vi, já era totalmente simpatizado com as cores do clube e adorava desenhar em meu caderninho os gols de Romário. Em uma família boleira e com tradição flamenguista, tornei-me a ovelha negra. A tese que defendo é de que sou tricolor por puro bairrismo.

Em minhas apresentações, nada consegue abranger mais aspectos de minha personalidade do que o time para que torço.
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